De que forma teria se dado o pecado original?

Julius Schnorr von Carolsfeld [Public domain], via Wikimedia Commons

Artigo publicado no jornal Alagoas em Tempo, edição de 20 a 26 de abril/2015 | Ano 9 – Nº 676.

Marcos Antonio Fiorito *

Não se pode precisar com toda certeza a data de surgimento da criatura humana sobre a Terra. De forma bem conservadora, a Igreja, no passado, atribuía ao homem algo em torno de 7 mil anos. Já a ciência nos fala em milhões de anos… Independentemente de qualquer coisa, a doutrina cristã dá como certa a realidade do pecado original, origem dos demais pecados da humanidade.

Em nosso último artigo, procuramos desmitificar a ideia equivocada de que o pecado de nossos primeiros pais, Adão e Eva, teria sido o da conjunção carnal. Na verdade, eles foram criados um para o outro, abençoados por Deus e com a missão de perpetuar a nossa espécie (Gn 1, 26-28). Portanto, a relação afetiva entre eles era algo totalmente lícito.

Em face disso, cabe a pergunta: De que forma teria se dado o pecado original?

Como da vez anterior, iremos recorrer ao texto do Gênesis, primeiro livro das Sagradas Escrituras, e que contém a narrativa da criação e queda do homem e da mulher:

“O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo.  Deu-lhe este preceito: Podes comer do fruto de todas as árvores do jardim; mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente” (Gn 2, 15-17).

Portanto o texto não faz nenhuma alusão à carne, tão somente à proibição de comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Em seguida, no início do capítulo 3, temos a narrativa da tentação a que foram submetidos Adão e Eva:

“A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha formado. Ela disse à mulher: É verdade que Deus vos proibiu comer do fruto de toda árvore do jardim? A mulher respondeu-lhe: Podemos comer do fruto das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Vós não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais.

“Oh, não! – tornou a serpente – vós não morrereis! Mas Deus bem sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como deuses, conhecedores do bem e do mal.

“A mulher, vendo que o fruto da árvore era bom para comer, de agradável aspecto e mui apropriado para abrir a inteligência, tomou dele, comeu, e o apresentou também ao seu marido, que comeu igualmente. Então os seus olhos abriram-se; e, vendo que estavam nus, tomaram folhas de figueira, ligaram-nas e fizeram cinturas para si” (Gn 3, 1-7).

Interessante considerar o ditado popular que diz que o demônio tira o que promete. Ele prometeu que eles não morreriam e que seriam semelhantes a Deus. No entanto, tornaram-se mortais, passíveis de toda espécie de corrupção; em nada semelhantes às perfeições divinas, pelo contrário, cheio de paixões desordenadas, misérias e defeitos, além de serem expulsos do Jardim do Éden.

Daí que se pode concluir, sem qualquer risco de engano, que o pecado de Adão e Eva foi de orgulho e desobediência à vontade de Deus e não um ato libidinoso. Tanto que só se deram conta que estavam nus após a transgressão.

* O autor é teólogo e redator católico

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação do autor.)

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