Prova moral da existência de Deus

photo credit: Saint-Michel via photopin (license)
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Artigo publicado no jornal Alagoas em Tempo, edição de 23 a 29 de março/2015 | Ano 9 – Nº 672.

Marcos Antonio Fiorito *

O grande Isaac Newton, que dispensa apresentações, diante da ignorância da ciência a respeito de inumeráveis coisas, declarou: “O que sabemos é uma gota, o que ignoramos, um imenso oceano. A admirável disposição e harmonia do universo não pôde senão sair do plano de um Ser omnisciente e onipotente”.

Em nosso penúltimo artigo, quando expusemos as 5 vias de São Tomás de Aquino, tratamos da ordem do universo como prova da existência de Deus. No presente artigo, pretendemos demonstrar que a ordem existente em nosso interior, igualmente aponta para um Ser de infinita perfeição, criador de todas as perfeições.

A noção de bem e mal é inata na criatura humana; ela não nasce fruto de uma boa ou má educação. Ela já se pronuncia nos albores da infância e torna-se mais lúcida com os primeiros lampejos da razão. E a boa formação, nesse caso, irá contribuir para que ela chegue a bom termo.

Não é preciso explicar a uma criança que é errado mentir. Quando a surpreendemos com a clássica pergunta: “Você pegou o doce da geladeira?” ela pode até tentar negar, mas ficará vermelha, invariavelmente. Ao apresentarmos a um bebê dois objetos, ele tende, naturalmente, a inclinar-se ao de cores mais vivas, de melhor aspecto. Discerne perfeitamente as pessoas que lhe fazem bem, e as procura com avidez. Quando a mãe, pai, irmãos ou babá acenam para algo que é ruim e lhe advertem: “Isso não é bom, é cacareco”, é o suficiente para que ela o descarte.

Ou seja, a criança procura instintivamente o bem em todas as coisas. E a noção de bem e mal, obviamente, também irá acompanhá-la na fase adulta. A tendência do homem para o positivo é tão pronunciada, que a filosofia explica que o indivíduo, para cometer um crime, tem necessidade de criar um sofisma, involucrando, assim, o mal com aparência de bem. Ou seja, ninguém faz o mal pelo mal, puramente falando, mas necessita dar-lhe uma aparência de bem para cometê-lo. Exemplo: um homem deseja roubar a joia de alguém, e para convencer-se a si mesmo, ele argumenta que precisa da joia para com ela pagar os estudos de seu filho… Portanto, o pecador sempre encontrará uma desculpa para justificar o ato criminoso, nunca admitirá que o fez porque odeia a Deus, porque escolheu o partido do mal.

Podemos ver a inclinação do homem para o positivo também na estrutura do Direito, que necessita de leis, juízes e juristas para defender o que é reto e punir o erro, ainda que, infelizmente, nem sempre o legal seja sinônimo de justo. Mas isso é objeto de outro assunto.

Até o progresso da ciência tecnológica é reflexo exterior da procura interior do homem pela perfeição. Apesar da exploração comercial, vê-se uma tendência da indústria em criar produtos cada vez mais sofisticados e aprimorados, visando o bem-estar humano.

Fomos criados imagem e semelhança de Deus, e isto significa que, como Ele, temos inteligência, vontade e liberdade de escolha. A nossa capacidade de julgar o bem e o mal; a forma como nosso intelecto ilumina nossa razão e nos ajuda a compreender o certo do errado; o dom da vontade, que nos permite fazer escolhas; e a nossa consciência, que nos absolve ou incrimina, nos conduzem, em última análise, à origem de toda perfeição moral, à santidade por essência, ao sumo bem: o nosso Divino Criador.

* O autor é teólogo e redator católico

(Autoriza-se reprodução do artigo com citação do autor.)

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Veja também: Prova psicológica da existência de Deus

 

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